Os servidores públicos municipais iniciaram, na manhã desta terça-feira, 26, a paralisação decidida em assembleia na última quinta-feira, 21. Desde às 7h, a categoria se reúne na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bauru e Região (Sinserm), na quadra 14 da rua Engenheiro Saint Martin, no Centro de Bauru, para definir as etapas seguintes do movimento.
Segundo informações da entidade, estão em assembleia permanente. Os coletores de lixo participaram de uma reunião na Emdurb, para onde seguiram alguns diretores do Sinserm, que criticam o encontro alegando que a empresa não respeita a representatividade do sindicato.
O encontro foi realizado pelo diretor de Limpeza Público da empresa, Márcio Texeira, segundo quem a Emdurb é uma empresa pública celetista que tem a prerrogativa de negociar separadamente. Aos coletores foi proposto aumento do vale-compra de R$ 451,00 para R$ 485,00, abono de R$ 100,00, além da incorporação do abono do ano passado de R$ 81,00.
Ainda assim, os trabalhadores continuam parados. Não saíram com os caminhões, por enquanto, porque alegam que a Emdurb, apesar da proposta de ontem, retirou outros benefícios conquistados pela categoria nos anos anteriores. Seguem avaliando o movimento.
Este é o quinto ano consecutivo em que os servidores entram em greve após não concordarem com as propostas do governo na data-base da categoria. Neste ano, os pedidos foram de reposição da inflação, ganho real e reparação de perdas de outras negociações.
A proposta do prefeito Clodoaldo Gazzetta (PSD) foi de reajuste de 2% a todos os servidores, incorporação como vantagem pessoal do abono de R$ 70,00 concedido ano passado, e vantagem pessoal aos servidores que recebem até R$ 2.500,00. O vale-compra iria de R$ 451,00 para R$ 468,54, e o abono (antigo vale-refeição) de R$ 360,00 para R$ 374,00. Este último é pago apenas a quem recebe até R$ 2.600,00, aproximadamente.
As propostas foram recusadas pela categoria e foi delimitado um prazo para que, até a manhã de hoje, a prefeitura apresentasse nova proposta. De acordo com o advogado do Sinserm, José Francisco Martins, até ontem à noite, o governo não havia sinalizado o encaminhamento de nenhuma nova proposta.
Na assembleia de hoje, um dos pontos em discussão é como ficarão os serviços essenciais, como atendimento de saúde, coleta de lixo, limpeza pública, conserto de vazamentos de grande porte, manutenção do abastecimento de água, entre outros. A lei não fala em percentuais mínimos e, portanto, a decisão acaba ocorrendo em acordo entre servidores e prefeitura.
De acordo com a prefeitura, caso todos os pedidos do Sinserm fossem atendidos, o impacto anual seria de R$ 90 milhões, o que está fora da realidade atual, destaca. A proposta oferecida vai impactar em R$ 8 milhões e está dentro do limite de despesas com pessoal, que é de 51,3% da Receita Corrente Líquida (RCL). O município fechou o último ano com despesa de pessoal de 49,24% e a Secretaria de Finanças avisou ao prefeito que, neste começo de ano, os gastos estão um pouco maiores do que o previsto, e, portanto, deve evitar a criação de novas despesas.
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