Um protesto em reação a um cenário de inseguranças e indefinição: funcionários do Frigorífico Mondelli planejam bloquear, no fim da tarde desta sexta-feira, 13, parte da rodovia Marechal Rondon. A manifestação está marcada para as 17h, no trevo da avenida Nuno de Assis, e tem o objetivo de chamar a atenção da ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça, sediado em Brasília, para o imbróglio em torno do processo de falência da empresa.
Os trabalhadores explicam que a pendência do julgamento de um recurso especial, sob responsabilidade da magistrada, levou o desembargador Carlos Alberto Garbi, do Tribunal de Justiça de São Paulo, a suspender o leilão da fábrica e de uma fazenda, que estava marcado para 26 de janeiro.
A venda dos bens da família Mondelli é apontada, pelos funcionários, como solução para sanar a maior parte das dívidas do frigorífico e a garantia dos 620 empregos diretos pelos próximos 15 anos.
A suspensão do leilão, porém, levou a Hapi Comércio Alimentícios, maior credora da empresa e designada para conduzir o processo de recuperação da fábrica desde agosto de 2013, a renunciar à incumbência de geri-la, em função do longo prazo de indefinições. Coordenador de uma comissão de colaboradores, Luís Carlos Martins relata que os funcionários foram avisados de que a Hapi permanecerá à frente do frigorífico até o dia 31 de janeiro. O JC apurou que a decisão já informada ao juízo na última segunda-feira. Sem saber o que acontecerá a partir de fevereiro, os trabalhadores temem, sobretudo, a perda dos empregos.
“A suspensão do leilão pegou todo mundo de surpresa. A empresa gestora está fazendo um bom trabalho, que tem que ter continuidade, inclusive porque os gestores judiciais tinham o interesse em ficar com a planta. A gente está recebendo em dia. O FGTS e o INSS estão sendo pagos. O décimo terceiro foi adiantado. O frigorífico está produzindo bem e até vinham acontecendo até algumas admissões, que já foram interrompidas por contra da suspensão do leilão. Desligamentos ainda não aconteceram, mas é um risco”, pondera Martins.
A ideia dos funcionários, que recorreram à ajuda do prefeito Gazzetta e do vereador Markinho de Souza, é sensibilizar a ministra Nancy para que o processo da falência seja julgado ou rapidamente ou mesmo agendar uma reunião com a magistrada.
“Nossa empresa teve sua falência decretada, em regime de continuidade, em 19 de dezembro de 2014, e, desde então, vivemos apenas de incertezas e contradições, em virtude das inúmeras mudanças que ocorrem no processo”, pontua a comissão de colaboradores, em carta endereçada ao ‘STJ’.
Antes do bloqueio da Marechal Rondon, os funcionários do Frigorífico Mondelli planejam, para as 15h de hoje, um abraço simbólico em torno da fábrica. Uma hora depois, devem partir em caminhada, rumo à rodovia para que, a partir das 17h, interrompam a passagem de veículos em um dos sentidos.
A ideia do grupo é que o bloqueio tenha duração de 1 hora. Os trabalhadores garantem que o movimento acontecerá de forma ordeira e que Emdurb, Polícia Militar e Polícia Rodoviária foram previamente avisados sobre o ato.
Fonte: JCnet
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