A Câmara de Agudos aprovou nesta segunda-feira, 11, por 9 votos a 4, abertura de uma Comissão Processante contra o prefeito Altair Francisco Silva (PRB) com base em denúncia protocolada na Casa por um munícipe na semana passada envolvendo a suposta contratação de empresas de familiares do prefeito, sem licitação, para prestarem serviços à prefeitura.
A CP será presidida por Luciano Durães (DEM) e terá como relator e membro, respectivamente, Ana Maria Caputti (PRB) e Glauco Luis Costa Ton (MDB). De acordo com Costa Ton, que também é presidente da Câmara, o prazo para a conclusão dos trabalhos é de 90 dias. "Um morador alega que teve nepotismo e fraude em licitação também", declara.
Os vereadores contrários à CP foram Costa Ton, Patric Teixeira (PRP), Luciano Durães e Maria Antonia da Silva (PRB). Os favoráveis foram Auro Octaviani (MDB), Adriano Delfino da Silva (MDB), o Drikão, Paulinho do Pastel (MDB), Omar Omero Cunha (PTN), Edersom Mainini (PRB), Elder Fabiano Camilo (MDB), Ana Maria Caputti, Carlos Alberto Alves (PSC) e Rosamaria Padial Pereira Ribas (SD).
O prefeito classifica a CP como "perseguição política". "Infelizmente, além do grupo que foi derrotado por nós na eleição, está tentando surgir um novo grupo, oportunista, para tentar tirar a gente no tapetão", diz. "Estou tentando trabalhar. A gente não tem 100% de acertos. A gente erra também. Mas não tem imoralidade nos nossos atos e, aquilo que a gente erra, a gente conserta, não permanece errado".
Ele revela que, para tentar aumentar a transparência, está recorrendo à realização de compras por meio de pregão, com ata de registro de preços. "A motivação deles é para cassar, não é motivação para achar um erro. A motivação é destituir o prefeito do cargo", afirma. "Mas até os vereadores da oposição sabem que a gente não é desonesto, corrupto, bandido ou pessoa de má índole".
Na mesma sessão, os vereadores aprovaram por unanimidade o relatório final da chamada "Comissão Especial de Inquérito (CEI) do Nepotismo", que apurou denúncia de nomeação de dois familiares do chefe do Executivo para cargos de secretário municipal e a contratação, sem licitação, de empresas de parentes dele para prestar serviços ao município.
Em março, em votação apertada, a Câmara havia arquivado pedido de abertura de CP visando à cassação do prefeito em razão das denúncias. Na sessão seguinte, o vereador Paulinho do Pastel pediu que os fatos fossem apurados por meio de uma CEI e a solicitação foi aceita. O trabalho feito pelos parlamentares será remetido ao Ministério Público (MP).
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