Foto: Divulgação A comunicação via rádio da Polícia Militar em Bauru ganhou mais qualidade e segurança nos últimos dias, com a mudança do sistema para a tecnologia digital. A transmissão de informações continua funcionando por radiofrequência, mas, agora, ficou bem mais difícil de ser interceptada, dificultando a vida de criminosos.
E a novidade, segundo o Comando de Policiamento do Interior 4 ‘CPI-4’, foi disponibilizada praticamente sem custo, por meio de uma "solução caseira". Há algumas semanas, Bauru já está operando com os equipamentos de comunicação 100% digitalizados e a intenção é que este ganho seja expandido pouco a pouco para os 89 municípios sob abrangência do ‘CPI-4’.
"No sistema analógico, criminosos poderiam copiar (ouvir) a frequência da PM com radinhos (HTs) que são facilmente adquiridos, em bancas de camelôs. Agora, mesmo que eles tenham um rádio com tecnologia digital, não vão mais conseguir acessar nossa frequência, porque depende de uma programação, que é sigilosa", detalha o coronel Airton Iosimo Martinez, comandante do ‘CPI-4’, salientando que, posteriormente, toda a transmissão de informações será criptografada por uma empresa terceirizada.
Ele explica que, em Bauru, a maior parte dos rádios que ficam instalados nas viaturas, bem como os HTs individuais, tinha tecnologia híbrida, ou seja, funcionava em base analógica, embora também fosse compatível com o sistema digital. Por este motivo, não houve grande demanda por troca de equipamentos - apenas a conversão para iniciar a operação dentro do novo modelo.
"O que restava de aparelhos apenas analógicos já foi recolhido e substituído por outros que vieram de São Paulo", conta. Segundo o coronel, na região metropolitana, a PM já atua com o sistema de comunicação digitalizado há cerca de quatro anos.
Na época, o governo do Estado adquiriu HTs e rádios de última geração, resultando na troca de muitos equipamentos que já eram digitais. E são estes que estão sendo reaproveitados, agora, pelo ‘CPI-4’.
Segundo Martinez, como, devido ao alto custo, não havia previsão para que a mudança fosse implementada pelo governo em Bauru, o próprio comando local tomou a iniciativa de antecipar a instituição deste tipo de tecnologia na região. "Queríamos acelerar este processo para garantir, desde já, maior segurança para a nossa rede de comunicação. Se tudo fosse feito por uma empresa contratada, o custo estimado pelo Estado era de R$ 70 milhões para a área do CPI-4, um valor inviável diante da atual crise econômica. Então, começamos a pesquisar alternativas e encontramos uma solução muito mais barata", pontua.
Coordenador da equipe que executou o projeto, o tenente Robson Ferrari Dias Soares explica que o governo cedeu todo o material necessário, como cabos, antenas e alguns periféricos, e o pessoal que trabalha na oficina da corporação, com conhecimento na área, realizou as adaptações necessárias, como a troca de antenas e a montagem das repetidoras digitais, que ficam instaladas próximas às torres, em locais estratégicos. "São elas que recebem o sinal das viaturas e retransmitem as informações. Para construí-las, usamos três rádios comuns, iguais aos que ficam nas viaturas, um equipamento para decodificar o sinal e uma fonte", pontua.
O tenente destaca ainda que, além de maior segurança, a rede de comunicação ganhou maior qualidade, já que se livrou dos incômodos ruídos característicos das transmissões analógicas. "Outra vantagem é que a área de propagação digital é maior, então as chances de falha do rádio foram reduzidas", completa. Neste momento de transição, caso o sinal digital falhe, as equipes têm mecanismos para acessar a base digital, sem prejuízo para o trabalho realizado pela PM.
Fonte: Jcnet
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